Lesson 1: Introduction to Research

2. A natureza da investigação

A natureza da investigação

A secção anterior deixou bem claro que a investigação é feita a fim de melhorar os nossos conhecimentos sobre o que já sabemos; para aumentar os nossos conhecimentos sobre aspetos do mundo, dos quais sabemos muito pouco ou rigorosamente nada; e para nos permitir compreender melhor o mundo em que vivemos. A natureza da investigação está associada à pergunta "Como se leva a cabo a investigação?". Portanto, está fundamentalmente relacionada com a natureza do problema de investigação identificado.

Por exemplo, se o "problema" é de natureza física, o investigador pode controlar o ambiente de investigação e realizar experiências laboratoriais controladas. Contudo, se o problema estiver relacionado com o comportamento humano, não é possível controlar o ambiente de investigação, exceto aspetos concretos, nomeadamente a hora do dia, para fazer observações ou recolher informação de uma amostra a fim de chegar a uma conclusão generalizada acerca dos determinantes do comportamento num ambiente particular.

A investigação académica formal diverge da investigação experimental e, na sua natureza, é mais investigativa. Por exemplo, pode ser necessário que aprendamos acerca de área sobre a qual temos poucos conhecimentos ou motivação para aprender. Dependendo da natureza da investigação, esta pode estar orientada para a teoria ou para a ação prática.  Ainda que muitos dos conceitos e processos de investigação sejam genéricos, a investigação académica é específica da disciplina e exige uma metodologia mais rigorosa.

Podemos definir diferentes tipos de investigação, com o objetivo de obter diferentes resultados em matéria de conhecimento: Descritiva, Explicativa e Preditiva.

Investigação descritiva

tem simplesmente como propósito descobrir fenómenos e não está particularmente preocupada em perceber o porquê de o comportamento ser dessa maneira. Este tipo de investigação é muito útil para estabelecer bases de referência ou "modelos" de como pensamos que o mundo é. Frequentemente, é o ponto de partida de um projeto de investigação sobre fenómenos (conhecido como um estudo exploratório) dos quais sabemos muito pouco. Por exemplo, este tipo de investigação pode descrever sistemas sociais e as relações entre os acontecimentos, ao oferecer informação contextual e fomentando também explicações.


Investigação explicativa

é mais aprofundada no sentido em que descreve fenómenos e tenta explicar o porquê do comportamento ser assim. Ou seja, permite-nos compreender a própria natureza do que de facto estamos a analisar. Este tipo de investigação tenta, por exemplo, explicar as relações ou acontecimentos sociais, fomentar o conhecimento sobre a estrutura, o processo e a natureza dos acontecimentos sociais, vinculando os fatores e elementos das questões em declarações gerais, e construir, testar ou rever uma teoria.


Investigação preditiva

leva a investigação mais longe e é uma tentativa de não só explicar o comportamento, mas também de prever o comportamento futuro face a uma mudança em qualquer das variáveis explicativas relevantes para um fenómeno particular. Se compreendermos os fenómenos físicos ou humanos, estaremos numa posição bastante melhor para prever os seus caminhos futuros e, provavelmente, para inclusivamente os alterar. Este tipo de investigação é muito importante para os governos na criação e aplicação de políticas.


O tipo de investigação que cada leva a cabo (descritiva, explicativa e preditiva) dependerá totalmente da natureza do problema de investigação que tem.